segunda-feira, 19 de março de 2012

Falta de médicos em ambulatório gera revolta


 Segundo funcionária, cerca de 200 pacientes são atendidos por cada profissional

 
 Uma palavra define este domingo para quem aguarda atendimento no ambulatório João Fireman, no Jacintinho: revolta. Desde cedo gente de todas as idades e bairros de Maceió lota a unidade em busca de atendimento. Apenas um médico, clínico-geral, e um pediatra estavam de plantão para atender a demanda.

Tem dias que o mesmo médico chega a receber cerca de 200 pacientes, uma situação que revolta quem procura atendimento. Idosos, adultos com dor no peito, na cabeça, crianças que vomitam no portão de acesso clamam por ajuda. Vigilantes pedem calma e poucos conseguem entrar no ambulatório, referência na região.

A dona Josi Barbosa era uma das mais revoltadas. Sua nora que tem problemas cardíacos demorou para ser atendida, passou mal. A assistente social do João Fireman pediu que todos entendessem que ali deveriam ser priorizados casos mais urgentes. Não adiantou. A revolta tomou conta e policiais militares que estavam fazendo ronda foram até lá mas, no lugar de apaziguar a situação, a presença do pessoal da PM acirrou ainda mais os ânimos. “A gente precisa de médico e não da polícia. O que esse povo pensa, que somos bandidos?”, gritou um rapaz.

“Toda vez que a gente precisa desse posto é um problema. Um sofrimento. Há muito tempo que a minha nora estava passando mal”, disse a dona Josi. “Falta humildade desse povo, trata a gente como cachorro, muito mal mesmo”, completou a cozinheira Mauricéia Tavares.


Washington de Jesus amparava a esposa Cleide da Silva Soares, que chorava. Há horas esperava que ela fosse atendida e nada. “Ela está com dor de cabeça, dor no peito e suando frio. Acho que a pressão dela está alta”, detalhava o técnico em segurança que saiu do bairro Ouro Preto para tentar atendimento no Jacintinho.

Adelma Maria Santos, da Supervisão Administrativa do Ambulatório João Fireman, confirmou a falta de médicos e disse que alguns casos não são urgentes. Como é preciso fazer triagem isso acaba gerando descontentamento. “A gente tem que priorizar alguns casos. Tem gente com dor de ouvido e quer ser atendido na mesma hora. Temos que atender quem tá com dor no peito e outros problemas mais sérios. Tem médico que chega a atender até 200 pacientes por plantão”, disse. 
 
 
Fonte: Gazeta Web

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