terça-feira, 26 de agosto de 2014

JUSTIFICATIVAS DA INTERNAÇÃO

Por Maurício Gonçalves, repórter da Gazeta de Alagoas (matéria publicada na edição de 17.08.14 - Especial sobre a saúde em Alagoas)


Os remendos são o retrato da nossa saúde pública. O que mais se vê são curativos que tentam ocultar as chagas abertas do SUS na alma do povo alagoano.
 
O corredor sempre lotado do Hospital Geral do Estado (HGE) contrasta com a enfermaria vazia da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Benedito Bentes. Novinha em folha, como a UPA de Maragogi, mas ambas sem funcionar por falta de equipamentos e de profissionais.
 
O vão da incompetência administrativa é tão nocivo quanto a superbactéria que flana sobre os pacientes deitados no chão ou na área vermelha do HGE, dantescamente batizado por muitos como o “matadouro” ou “o corredor da morte”.
 
O olhar do jovem Roninho pede socorro. Um dos quatro irmãos tetraplégicos de Traipu, ele começou a perder as forças dos membros aos 6 anos de idade. Já tem 17, mas nunca foi tratado, sequer diagnosticado, perdeu a infância e a adolescência.
 
Os nossos repórteres continuam nesta saga pelo SUS alagoano, na edição da Gazeta de Alagoas do próximo domingo, com mais situações estúpidas e indecentes, como o caso da aposentada que vive doente porque o esgoto do Hospital Clodolfo Rodrigues, em Santana do Ipanema, invade a sua casa. Numa entrevista reveladora, a promotora de Justiça Micheline Tenório fala sobre uma série de ações movidas contra os gestores públicos e alerta: “Nenhum posto de saúde do estado tem condições para estar aberto”.

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